quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sobre o ato médico


Ja debati muito sobre o Ato Médico no passado, principalmente antes de começar a fazer medicina. Existe um consenso geral entre todos os profissionais da área da saúde (PAS) que os primeiros textos de tal lei eram irreais, porém, ao longo dos anos, o texto foi se adequando a realidade; ou ao menos chegando o mais próximo possível disso.
Apesar de achar absurda a maioria dos vetos da presidente Dilma, pois, de fato, não encontrei motivos para que houvessem tais vetos e ter uma opinião que prefiro não dissertar (de que não havia tal necessidade), vou expor o motivo que acredito ter motivado o veto presidencial de alguns artigos.

Política


Ano que vem, sabemos, tem eleição presidencial. Hoje, existe no Brasil ao menos 1.500.000 profissionais de enfermagem, entre enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem; quase 200.000 fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais; cerca de 70.000 nutricionistas; apesar de ser o "país dos banguelas", é um país com 19% dos dentistas do mundo, 220.000; possui, também, o maior número de psicólogos do mundo com 220.000 e poderia continuar com esses números para com os fonoaudiólogos, assistentes sociais e etc, mas, por ora, dá para ter uma pequena dimensão do que quero dizer.

O Brasil com seus quase 400.000 médicos, tem uma quantidade muito inferior aos mais de dois milhões de outros PAS que representa um poder eleitoral mais atrativo para a presidente Dilma numa tentativa de reeleição, ainda mais num momento de extremo descrédito da população. Dois milhões de pessoas é muita gente e ter vetado tantos artigos do Ato Médico, ao meu ver, teve mais motivação política do que fundamentação e responsabilidade governamental. Uma pena.

Uma pena para quem se diz preocupada com a saúde do brasileiro.

 No mais


O que vem chamando atenção nos últimos dias é a quase perseguição à classe médica brasileira. A todo o momento o governo apresenta alguma medida que, sim ou sim, só desfavorece a categoria (fode a categoria, mesmo) e, de cinco minutos para cá, quer mudar a tão negligenciada saúde e transformá-la em alguma coisa que lembre dignidade (trazendo médicos estrangeiros sem revalidação - uma bizarrice) ou usando de seu poder (ditadura, para os desatentos) obrigando a pessoas a trabalharem onde não querem para obter registro profissional. Onde está a constituição nessas horas?!
Quer atrair médicos para o interior? Crie planos de carreira e dê o mínimo de condições de trabalho; mas também me recuso a entrar nesse mérito aqui e agora. Só digo mais uma coisa: estudo na Bolívia e defendo com unhas e dentes um processo, com prova, de revalidação de diploma, pois, caso contrário, o caos estaria estabelecido, vide a quantidade de pessoas que aqui estudam e que não têm a menor possibilidade de um dia se tornar médico. E se eu não passar, significa que também não mereço trabalhar no Brasil como médico, pois, uma prova é o mínimo que eu preciso mostrar para depois ter o direito de pensar em salvar vidas.

Ou estou errado?


FONTES
´
cfo.org
croffito.org
cofeng.org
cfo.org
cremesp.org

SCS 11/07/2013

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