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Faz tempo que não posto nada por aqui, a vida anda meio corrida. Mas vou fazer um breve resumo de tudo.
Faz tempo que não posto nada por aqui, a vida anda meio corrida. Mas vou fazer um breve resumo de tudo.
Depois
que cheguei da Bolis, fui providenciar meus documentos. Era tradução,
regularização de situação eleitoral e muitas outras chatices para poder mandar
o diploma a Brasília a ser revalidado.
Depois
de tudo pronto e com a ajuda de uma pessoa especial que pesquisou um bom despachante, mandei o diploma a o profissional que levou meu diploma até a UnB em posse de uma procuração
particular e deu entrada ao processo de revalidação. Tudo bem simples. Cerca
de 12 dias depois o diploma estava em minhas mãos e fui correndo ao CRM me
inscrever. Foi um momento ímpar, rs.
Achei
que o CREMESP poderia me olhar torto por causa do diploma de fora, mas foi tudo
muito tranquilo e respeitoso. Depois de cerca de 15 dias, me liberaram o
número. A mesma pessoa especial foi quem viu, no site do CREMESP, numa quinta-feira
à tarde, que o número havia sido liberado. Foi uma comemoração.
Comemorei muito (eu sou o cão sonolento, rs) |
No
mesmo momento já fui fazer o carimbo e mandar currículos. Me cadastrei em
vários sites e empresas de colocação em mercado, mas foi tudo perda de tempo –
e dinheiro. Por lá não consegui nada e então parti para os grupos de WhatsApp.
Então começou a chover plantões.
Meu
primeiro plantão
Foi no
PA Maria Dirce, em Guarulhos. Plantão noturno de clínica médica. Estávamos em 3
médicos, um deles boliviano. Dividimos os horários e dormi 7 horas aquela
noite. Plantão calmo e sem intercorrências. Me senti... kkk. Sério, foi muito
bom. Diferente das experiências fora do Brasil, o médico aqui ainda é
respeitado, as pessoas te tratam bem e normalmente você consegue, se for uma
pessoa tranquila, lidar com tudo até certo ponto, bem. Claro que aparecem
muitos problemas, mas não senti isso como sendo uma constante. Até agora.
Meu
segundo plantão foi em pediatria. A administradora de um grupo postou uma vaga
de plantão a noite em setor de pediatria, em emergência de um hospital
(Hospital Saboya) e euzinho resolvi pegar. Ela disse que não precisava ser
pediatra, então eu resolvi ir. Depois que fui olhar melhor que se tratava de um
hospital e não de um PA ou AMA. Cheguei ao local e fui procurar a colega
pediatra (de verdade) para dar o tal plantão com ela. Ai ela me explicou que la
era hospital referência para vários PSs da região e que só recebemos casos
graves para internação em UTI ou clínica pediátrica e que era “portas
fechadas”. Eu estava com medo. Fui com ela ao conforto. Grande, com TV, quartos
masculinos e femininos, café a vontade e cheio de médicos especialistas de
várias áreas, desde eu (que não era nada ali) até neurocirurgião. Eu estava em
meio a especialistas e, para se ter ideia, os residentes (que sabiam mais que
eu) nem ali ficavam, era só especialista mesmo. Uma das primeiras coisas que
fiz foi falar a pediatra que euzinho não era pediatra (e minha vontade era
continuar dizendo que estava com medo, assustado, taquicardíaco, que não devia
estar ali e que queria minha mãe). Ela perguntou se eu tinha experiência, pelo
menos, e eu disse, obviamente, que “sim, que já havia feito estágio e
blablabla” (mentira) e ela engoliu. Na verdade, ela era gente boa e, para minha
sorte, não teve nada. Atendi a apenas uma criança mandada de um Ama com crise
convulsiva (já era um pós comicial) e dei feno por via oral e mandei pra casa
(ele já era epilético). Só isso.
Eu não posso fazer isso, não vou ficar nesse plantão... Ah, foda-se, vou sim... |
Dividimos
o horário, ela foi dormir primeiro da meia noite as três e meia e eu até as
sete. Enquanto ela dormia, fiquei vendo TV deitado num sofá e orando para que
não ligassem pedindo vaga. Ela me disse para não aceitar nada, pois a UTI
estava com KPC (sempre amei as klebi). O telefone tocou e uma situação podre
aconteceu, os pediatras de verdade dos PS me pediam vaga e eu negava. Coitados,
mal sabiam eles que eu estava ali de paraquedas.
Dali
fui ao Giglio, em Osasco, cobrir emergência porta fechada. Atendi a apenas um
paciente. Aquela vaga também era voltada a pessoal com muita experiência. Tive
sorte de ter aparecido apenas uma paciente e nem era tão grave. Dei conta.
Fui
pra casa aliviado e pensando comigo que devia ter mais cuidado com os plantões
que pegava. Mas o mais interessante foi a vontade que a administradora do grupo
teve de eu ficar “fixo” no Saboya; será que gostaram de muá
Depois de cerca de 45 dias, fui até a solenidade de entrega das "carteirinhas". Ali reforçamos o juramento hipocrático, ouvimos aos médicos representantes da AMB, da Academia Médica de SP (um médico de 83 anos), do SIMESP e outros representantes. Eu achei que seria entediante e nem queria ir, mas no final, valeu a pena ter ido. Até emocionado eu fiquei, rs.
Depois de cerca de 45 dias, fui até a solenidade de entrega das "carteirinhas". Ali reforçamos o juramento hipocrático, ouvimos aos médicos representantes da AMB, da Academia Médica de SP (um médico de 83 anos), do SIMESP e outros representantes. Eu achei que seria entediante e nem queria ir, mas no final, valeu a pena ter ido. Até emocionado eu fiquei, rs.
Missão. Passar 6 anos estudando para pegas isso. (aquele pensamento simplista que resume tudo) |
Depois
volto para contar mais sobre minhas experiências nos plantões da vida. Já rodei
Sampa inteiro. Devo falar de salários e calotes também,
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