sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

De Santa Cruz, Bolívia, a São Paulo


Amo viajar. E não importa de onde, para onde, e nem as expectativas de chegar ao destino; curto a viagem em si. Sair, de ônibus, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, até São Paulo é uma dessas aventuras que gosto muito de fazer.


E foi assim nessa última féria. (dezembro de 2012)

Em todas as férias é assim; vem chegando o fim do ano e as expectativas de voltar para terra mãe vai cada vez mais aumentando.


Saímos, eu e MT, de Santa Cruz as 20h00 num ônibus relativamente confortável, desses de "dois" andares. Tinha aire condicionado e poltronas bastante reclináveis, o que é bom, pois a viagem é longa até a fronteira Bolívia/Brasil.


Passagem de ônibus da empresa boliviana Idi Suarez. Colocaram o nome
de meu pai, ao invés do meu. É a melhor empresa boliviana, na minha
opinião. Tem a Ego Suarez e a Superego Suarez também.
Todos os dias saem vários ônibus de Santa Cruz até Puerto Quijarro (seguramente, mais de 15 buses), ultima cidade da Bolívia antes de chegar ao Brasil. Os preços variam de acordo com o conforto. É possível encontrar passagens por 60 evos (cerca de 20 reais) até 200 evos (70 dilmas, mais ou menos). Os mais baratos são podres, os mais caros um pouco melhor - não espere nada muito maravilhoso no quesito conforto. Há, ainda, trem, os preços variam de 50 a 85 dilmas, mas dizem ser bastante confortáveis e com ótimo serviço; ainda não viajei em um deles; saem em dias alternados.

A maioria dos passageiros são bolivianos, mas há muito brasileiro a depender da época do ano; nas ferias tem muito mais brasileiro do que o normal.

Logo que o dia amanhece, chegamos a Puerto Quijarro, uma cidadezinha fuleira e mal estruturada ja localizada no Pantanal. Ali tudo é muito barato, e você pode parar numa pousada para um banho gostoso ou simplesmente ir para um hotel, que nem são tão caros assim.


Hotel Vini. Notem a faixa de campeão
da Libertadores do Corinthians. O dono
é curintiano. Aff
Eu e MT nos hospedamos num hotel, já que passaríamos todo o dia naquela cidade, antes de irmos para Corumbá e, de la, Campo Grande. Ficamos no hotel Vini (Sugiro. É limpo e tem restaurante com uma comida quase brasileira) localizado a menos de 100 metros do posto de fronteira; dali se sente o cheirinho do Brasil. Tem ar condicionado e um banheiro atipicamente mega limpo, além de ser um prédio novo e bem conservado. Leve inseticida, pois tem muito pernilongo.


Em Puerto Quijarro não há muito o que se fazer. A cidade é muito feia e quase não há lazer, mas, como você está do lado do Brasil, pode atravessar a fronteira e conhecer Corumbá.


Estava estressado no hotel Vini, pois meu celular foi roubado dentro do ônibus. Fiquei muito mal, pois ali haviam todas as minhas fotos da viagem, meus videos, meus contatos e, claro, o aparelho era relativamente caro. Então fomos passear em Corumbá. Andamos muito pela cidade, pelas praças e monumentos; fomos até a rodoviária, compramos nossa passagem, a um restaurante barato e almoçamos, fomos ao banco e falamos tudo em português (uma ótima sensação) e, no Brasil, tudo nos parecia bom e bem cuidado. Parecíamos turista dentro de nossa terra, afinal, era um ano sem pisar em terras tupiniquins. 

Restaurante onde almoçamos. Tem PF e self service. É barato, mas se você
pedir limão e gelo, eles cobram

Almoço PF bom!



A fronteira, do lado brasileiro, é pouco fiscalizada. Tem um posto da Polícia Federal e da Receita Federal que quase não para ninguém; fica afastada da cidade de Corumbá, necessitando obrigatoriamente algum meio de transporte automotor. Se não quiser ir de táxi da fronteira até o centro, pegue um coletivo, ele sai de hora em hora e custa 2,50. O taxi comum no Brasil sai por 40 reais, em média. O inconveniente é que o último ônibus sai as 19h00 e depois não tem mais nada, nem mesmo taxi. Ali há, também, alguns mototáxi, é bem mais barato do que táxi comum e umas quatro vezes mais do que o coletivo, mas não se leva bagagens maiores no moto, no coletivo leva; também encerra as 19h00.

Coletivo chegando para levar a povaiada da fronteira ao centro de Corumba-gdá.
Briga para entrar no ônibus. Custa fazer fila?!


Depois de passear boa parte do dia em Corumbá, voltamos para o hotel em Puerto, jantamos lá mesmo e cerca de 21h00, pegamos um taxi de Puerto Quijarro até a rodoviária de Corumbá. Viajaríamos a meia noite da la até Campo Grande, onde pegaríamos um voo até Sampa. Se puder, pegue um táxi do lado boliviano (é o que fazemos), é mais barato, sai a qualquer hora da noite, porém, é proibido. Se eles forem pegos entrando no Brasil como táxi, serão sancionados. Para passageiro não acontece nada, é só alegar inocência. Wellcome to Brazil
Ficamos na rodoviária de Coumbá das 21h30 até meia noite esperando o nosso ônibus.

Para viaja de ônibus de Corumbá a Campo Grande, em nossa rota, optamos pela empresa Andorinha. Sai ônibus a cada meia hora e custa cerca de 90 reais. Tem ar condicionado em todos os carros, são limpíssimos e mega pontuais. Vale a pena. A viagem dura cerca de seis a sete horas e tem apenas duas paradas. Eu durmo a noite inteira sob efeito de polaramine xarope.

Aguardando o ônibus para Big Camp
O Andorinha te deixa de frente ao aeroporto de Campo Grande se quiser, ou pode ir até a rodoviária e, dali, qualquer parte do mundo pode ser seu destino.


De TAM, desembarcamos em Cumbica, São Paulo, na hora do almoço. Estávamos cansados e ansiosos por chegar em casa. Trazíamos muita bagagem, muita muamba para revender in Brazil e pagamos excesso, mas chegamos vivos e felizes dessa nossa aventura para reencontrar nossa cidade, nossa vida e nossa família. 

Caso queira, há bus de Corumbá a São Paulo ou Rio de Janeiro, além de outras cidades, direto.


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