quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Cada um preocupado com seu umbeagle - testes em animais


O ignorante especialista é a pior espécie animal que existe. Dá opinião em tudo, mete o bedelho onde não é chamado, fala com propriedade de assuntos que nem ao menos ouviu falar. E o ignorante especialista brasileiro é o pior.
Nunca pensei que fosse viver num mundo onde a Luisa Mel (uma apresentadora desempregada de programas de fofoca e de petshop – versátil - que nem lembrava mais da existência) fosse se tornar uma revolucionária. Uma, como ela mesmo se autodenominou, “abolicionista”.
Todo mundo está cansado de ler e reler e compartilhar coisas acerca da invasão ao instituto Royal para, segundo os “libertadores”, salvar vidas. Postagens de beagles, uma raça de cachorro bem bonitinho, com carinha triste, ou listas com nomes de laboratórios que fazem testes com animais. É a tecnologia nas mãos de todos.
Nem quero entrar no mérito legal, já que o Brasil é um país onde as leis são, de fato, totalmente ignoradas; muito menos na questão chave de como é feita uma pesquisa científica para a descoberta de um medicamento, já que qualquer um que queira discutir esse assunto deveria ao menos pesquisar e descobrir como é, pois, na internet tem muitas fontes que tratam do assunto. Seria melhor do que ficar compartilhando coisas na rede.
E os monstros? Os cientistas. Imagine você estudar cinco anos de farmácia, mais dois ou três de bioquímica, mais um tempo de mestrado e doutorado; saber, de cor, fórmulas químicas complexas, induzir reações, criar elementos e ter em mente que, hora ou outra, poderá encontrar a cura ou vacina de uma doença qualquer; pode ser um câncer ou um gripe. E, junto com médicos, biomédicos e outros pesquisadores, encontrar algumas respostas que poderiam salvar milhares de vidas humanas. Não quero medir a vida de um animal irracional com de um humano. Meça você mesmo: você que não quer que sejam feitos testes em animais, responda-me com toda sinceridade, numa hipótese de ter um filho doente com leucemia, e a resposta para a cura dele estando num daqueles cachorros, o que estaria pensando agora. Saber que seu filhinho vai morrer porque tem gente querendo salvar alguns cachorros que dizem sofre de “mal trato a animais”; não sou eu que estou medindo, meça você.
Ai o cara descobre os antirretrovirais, os analgésicos, antidepressivos depois de testá-los em animais e se torna um monstro. Será que esses (me sentindo resignado ao escrever o adjetivo que se segue) “ativistas” não tomam remédios?! A pergunta já é lugar comum a estas alturas desta celeuma, mas ainda tem forças de argumento; ainda que debater com radicais, que jogam com o coração, com a emoção, com rostinhos de animais em fotos meigas de Facebook seja uma grande perda de tempo, o pensamento ainda é valido. Ignoram leis, porque não ignoraria argumentos razoáveis? Até o boi sabe disso.
Voltando a tal Luisa Mel, a defensora dos animais. Já a visualizo no próximo “A Fazenda”, um programa que, sem dúvida, é a sua cara. Cuidando de animais, sua “especialidade”. Cuidando de sua profissão quase fracassada e ganhando algum dinheiro por isso. 
Não devemos esquecer que a industria farmacêutica lucra horrores com a venda de medicamento, mas creio eu que isso é outra história; podemos até considerá-la, mas é outra história.
Enquanto isso, os Premio Nobel, os cientistas, os monstros que descobrem curas, que criam vacinas, que encontram remédios para aliviar o sofrimento de humanos (e, por que não, de animais) são taxados de desalmados, desumanos... monstros. 

Foi oferecendo a carne, ao homem, que o boi sobreviveu. Caso contrário, já estaria extinto havia séculos. 

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