A situação vem se repetindo há muito tempo. Primeiro, o cara
quer ser médico e, por algum motivo que, sabe-se lá qual, não quer estudar
suficientemente para tal. Vestibular no Brasil demandaria muito tempo, os
preços são salgados e se formar médico no país tupiniquim seria cansativo e
quase inviável, segundo os planos de alguns. Então vem aquela (cada dia mais)
famosa ideia de estudar fora do Brasil e, sem dúvida alguma (só ler os dados oficiais),
a Bolívia é o principal destino.
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Deve-se dizer que a ideia de estudar fora, seja na Argentina, na
Bolívia, no Paraguai é legítima, desde que o formado se submeta a um processo
de revalidação e faça tudo legalmente. Mas não é sempre isso o que acontece.
Hoje, no Mato Grosso (MT) a PF (Polícia Federal) brasileira deflagrou a “Operação
Esculápio” que cumpriu 41 mandados de busca e apreensão devido
investigações de que essas pessoas estariam tentando revalidar o diploma com
documentação falsificada.
As investigações iniciaram a partir da denúncia da UFMT (Universidade
Federal do Mato Grosso) de que esses 41 cidadãos poderiam estar portando
documentação falsa e, após entrarem em contato com as universidades onde essas
pessoas teriam se formado, foi constatado que eles nunca pisaram os pés em tais
universidades ou simplesmente abandonaram o curso e não concluíram. A partir de
então, a UFMT encaminhou a denúncia à PF que encaminhou à justiça.
Como funciona o esquema?
Essas pessoas que querem ser médicas e não estão nem um pouquinho
preocupadas em estudar, vão até a Bolívia acreditando que encontrarão mil e uma
facilidades e, ao se depararem com a ideia de passar 6 1/5 ou 7 anos (média de
duração de um curso de medicina na Bolívia) estudando, se desviam de seu
caminho original.
É sabido que, assim como no Brasil, na Bolívia existe muita corrupção em
todas as esferas e, ao se depararem com brasileiros endinheirados, oferecem o
máximo de facilidade que puderem vender. E vender diploma de médico acabou
virando um negócio lucrativo.
Esses “alunos” compram seus diplomas e chegam ao Brasil com a “novidade”
e, na terra do carnaval, encontram mais alguns dispostos a fazer o mesmo e
então se forma a rede de corrupção de compra e venda de diploma falso.
A PF sabe disso, o Ministério Público (MP) sabe disso, o Ministério da
Saúde (MS) sabe disso, as Universidades bolivianas sabem disso, eu sei disso e
todos os alunos que estudam na Bolis
sabem disso e, agora, que a farra está tomando proporções impensáveis,
resolveram fazer algo, afinal, qualquer um com 10 mil dólares poderia comprar
um diploma de médico saído de dentro da universidade sacado por funcionário
corrupto. Na Bolívia, todo brasileiro sabe quem compra e quem vende diploma
falso, todos sabem qual é essa quadrilha e isso até se tornou lugar-comum. A unica universidade de Santa Cruz de la Sierra citada nesta investigação foi a UNE - Ecológica. Jerges Justiniano, embaixador da Bolívia no Brasil e co-fundador da UNE, disse à Rede Globo que pedirá que a INTERPOL investigue a situação e puna os envolvidos. Ninguém da referida Universidade falou oficialmente, exceto uma postagem no Facebook de um funcionário (no final deste post).
A Operação Esculápio, que tem esse nome devido "Esculápio" ser o Deus
da cura na mitologia greco-romana, ainda busca alguns foragidos. Entre eles,
enfermeiros, técnicos, aventureiros e outros que creiam que seriam médicos
gastando uma "pequena" grana; um investimento fácil.
O que me preocupa é saber que apenas 41 pessoas foram detidas. E que
somente agora, em 2013, é que fizeram alguma coisa numa situação epidêmica de
compra e venda de diploma falso que perdura há anos. Quantos “médicos” estarão
exercendo a medicina nesse momento, após terem entrado nesse esquema? Matando
pessoas e ganhando dinheiro sujo.
Quer saber mais? Digite, no Google, "operação esculápio" e veja os
resultados.
Abaixo, a Nota da UNE divulgada no Facebook que rendeu muitos comentários dos estudantes:
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