Estava
pensando acerca disso hoje. Porque, as vezes, é difícil determinar o que é, de
fato, “um sonho” e um objetivo. Me peguei “sonhando”, por assim dizer, com o
momento em que meus objetivos iniciais serão concretizados; só que é difícil determinar
isso. É difícil determinar o que são, por exemplo, objetivos iniciais; fazer
medicina já foi um objetivo inicial, ora pois.
Mas
meu “sonho” foi outro. Me vi, como há muito me vejo, dando plantões num
hospital público atendendo porta de PS (simplesmente sou fissurado por porta de
PS) e, nesses plantões eu me via bastante realizado, assim como me via
realizado quando era estudante de auxiliar de enfermagem, me formando;
estudante de enfermagem (graduação) me via realizado sendo enfermeiro... ai
quis medicina e agora quero ser logo formado pra atender nas portas dos PSs.
Essa
história é velha, não?! História que faz parte da humanidade há séculos. A
privação do momento em prol do futuro. E as vezes nem ao menos percebemos que já
estamos realizando um “sonho”. É tão real, que sou o sonho de muita gente (e
não estou jogando com as palavras). Quantas e quantas pessoas chegam até mim,
pelo meu blog, dizendo que queria fazer o que estou fazendo, de ter a coragem de
deixar de arranjar desculpas para não fazer aquilo que quer fazer, ou que adiam
e adiam um desejo de chutar o balde e viver o tal “sonho” dizendo que “semestre
que vem eu começo”. Começa nada. Poderia fazer uma estatística das pessoas que
me procuram em minha página do Facebook pedindo informações e dizendo que virão
em 2015, 2016, já teve gente me dizendo que vai começar medicina em 2017. Isso
nem é mais procrastinar (e olha que sou bom em procrastinar), isso é mentir a
si mesmo. A maioria nun virá, diria que 99%.
Mas
voltando aos meus sonhos (que normalmente os refiro como “objetivos”, mas hoje
me dou a liberdade de chamá-los de sonho). É o que vivo agora. Me regozijei ao
me pegar lendo compulsivamente um livro de ginecologia e ver que a “gineco”
(que sempre odiei) está até se tornando lugar comum e que, poxa, aprendi pra
caralho (empolgado!) e que, se continuar assim, haja sonho pra tantos
objetivos.
Poxa,
poderia terminar com a frase acima, ficou legal. Mas ainda não acabou. Tem
muita coisa em jogo, ainda. Vejam só, estou planejando fazer residência médica
em 2016 ou 2017. Claro que, se pudesse fazer hoje, faria (e não posso mesmo,
ta?! Não é desculpa) e os planos, mesmo distantes, vem ajudando a este rapaz
que aqui escreve e concretizar seus SONHOS devagarzinho, sem querer mais pular
nada, sem querer adiar nada, apenas vivendo um sonho que, se já não é tão meu
assim (mas é de muita gente, vu?), um dia se tornará uma lembrança gostosa como
quando fazia meu cursinho de auxiliar de enfermagem (me lembro disso com um
paixão incrível) ou quando dava meus belos plantões no SAMU catando meus bêbados
na rua.
Minha
missão agora é: viver o sonho que vivi hoje, hoje... só que todos os dias.
Sou A F Ramos, estudante de medicina na Bolívia, pai da garotinha mais linda do mundo e gosto de bloggar, bem de vez em quando.
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