Notícia que anda correndo em Santa Cruz de la Sierra é que
para os próximo anos (a partir de 2015) serão excluídas da grade curricular dos
cursos de medicina, na Bolívia, a Província e a Prova de Grado. Mas, será
verdade?
Antes de mais nada, o que é a província?
Província (que significa interior) é um trabalho médico
forçado que dura 3 meses obrigando o formando a ir a algum lugar ermo, onde
a assistência médica de verdade geralmente não chega, para que ele supra as
necessidades básica local. Não é remunerada e todos os gastos (TODOS) é por conta do provinciano. Acaba que, em muitos casos, o formando acaba
exercendo a tal Província em cidades grandes, que já tem recursos médicos,
descaracterizando o real motivo de existir a província que deveria levar os
“médicos” ao interior.
E o que é a prova de grado?
É uma prova de graduação que deve ser realizada ao final da
província, ou seja, é a última coisa que o formando em medicina na Bolívia deve
fazer. Acontece que, em alguns casos, essa prova demora um ano para ser marcada
e mais alguns meses para ser feita. Sei de casos de dois anos de demora. É uma
prova pouco reprovativa que serve mais para atrasar a vida do acadêmico do que
de, efetivamente, avaliar a qualidade do aluno e do ensino.
Agora retomando o assunto. Será mesmo que a Província e o
Grado deixarão de existir?
Bom, hoje estive com o chefe de carreira do curso de medicina
da Ecológica e ele garantiu que... não sabe. Segundo a Dra Ramona, uma das coordenadoras do curso de
medicina da UNE, o novo formato de internato e província seria assim:
2 meses de Pediatria
2 meses de Gineco obstetrícia
2 meses de Cirurgia
3 Meses de Clínica Médica (medicina interna)
3 meses de saúde pública (onde seria inseria a província)
Com isso, seriam totalizados 12 meses de internato mais
província. Se exclui a prova de grado, diminuiria o tempo em, no mínimo, um ano.
Um sonho de muita gente.
Disse o chefe de carreira da UNE que há um projeto de lei
tramitando cuja resposta irá a apreciação das autoridades no próximo dia 12/12/14
e que esta data poderá, ainda, ser adiada. Sem contar que a resposta para tal
questão poderá durar meses depois de apreciada, ou seja, ainda não há nada de
concreto ou definido. De qualquer forma, nos próximos dias saberemos algum resultado.
Essas promessas de mudanças vêm acontecendo devido as
constantes mudanças de alunos da Bolívia para o Paraguai, onde não existe
província e nem prova de graduação e a burocracia para legalização e liberação de documentos parece ser menor. Soma-se a isso, as constantes pressões dos estudantes e de políticos brasileiros que viajam até Santa Cruz e La Paz para cobrarem melhores resoluções de tais problemas.
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