sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mudanças a vista

Meu primeiro mês em Santa Cruzes foi mais de adaptação, tanto no dia a dia como na universidade. Fui me adaptando a língua (adaptando mesmo, porque aprender de verdade, eu nunca aprendi e, certamente nao aprenderei). E este semestre passou rápido, afinal, cheguei em meados de agosto e já estava voltando ao Brasil, de férias, em dezembro. A expectativa de voltar à terra natal me fazia ansioso; poder contar à família, aos amigos, aos desconhecidos as novidades, rever minha filha e todos aqueles que ficaram no Brasil era algo que me trazia muita expectativa.  minha estada, como já escrevi antes, foi cheia de altos e baixos e, no final, quando realmente estava bem adaptado, chegou as férias; porém, aproveitei um pouquinho como ir a um restaurante de comida brasileira e matar a saudade, ir a uma balada puts-puts boliviana (onde fiquei bêbado, mas depois falo disso melhor), a churrascos, a expo-cruz (uma feira comercial bem legal - lota de gente) a pequenas festas de pessoas da universidade, de gente que conheci na vizinhança e comecei a conhecer a vida social da cidade.


Expo-Cruz. De frente a um Mustang exposto na feira.



Feira de gado na Expo-Cruz.



O mesmo Mustang da primeira foto.



Abaixo, as fotos dos rolês que dei com a galerinha que morava em casa. O Kleber é de sampa, os irmãos Pani (Wilson e Vitor), de Rondônia. Fui conhecer pessoas de Rondônia, Roraima, Amazonas, Acre e Pará na Bolívia.


Tomando Paceña (cerveja boliviana). Foi a primeira vez que sai a noite.



Da dir./ esq.: Wilson, Cleber e Vitor. Caras muito gente boa.



Mas chegaram as férias.

E, quando estávamos próximos de partir, recebemos uma má notícia: teríamos de entregar a casa. Fiquei chateado, afinal, pensei que viveria ali por todos os anos que se seguiriam, já tinha montado meu quarto com fotos e pôsteres nas paredes e feito outras adaptações, mas teria de mudar tudo, além de ter de procurar nova casa e, provavelmente, pagar bem mais caro. E foi o que aconteceu; mas antes, falarei de minha volta ao Brasil nas minhas primeiras férias de fim de ano.



Meu primeiro quarto em Santa Cruz: coloquei foto da família e minha filhota. Isso ajudava a lembrar dos verdadeiros motivos de estar aqui.



Minha mesa (emprestada) mega bagunçada. Era ali que estudava e entrava na internet pra falar com o povo no Brasil.



Armário embutido do quarto com roupas que trouxera do Brasil. Uma cadeira velha, também emprestada, ou seja, acabando o semestre, ainda não tinha nada, rs. Veja a foto do Santos campeão paulista, como não poderia deixar de ter!



Optei, devido o preço e disponibilidade, por uma companhia aérea boliviana. Acertei. Fui o último da casa a sair. Deixei, na casa do Estanislau (já falei dele aqui) todas as minhas coisas, muito poucas, aliás; um colchão - não tinha cama - uma mesinha de 50cm/30cm, devolvi a mesa onde colocava o PC ao dono, umas tranqueiras velhas (copo velho, talheres velhos e panos de pratos velhos) e duas bolsas e uma mala com roupas e panos de cama (como se eu tivesse uma, rs), cobertores e travesseiros.


A partida.

Viajei. Na saida de Santa Cruzes, fui estuprado, não literalmente, claro, mas com pagamentos de taxas de aeroporto, um verdadeiro roubo, mas beleza. Cheguei sozinho ao Brasil, ninguém foi me esperar no aeroporto (já é a segunda vez nesse blog) porque estavam todos trabalhando. Levava comigo uma mala, uma mochila e um PC. Foi um sofrimento chegar em casa sozinho e de ônibus com toda essa tranqueirada, mas cheguei, finalmente, em casa em SP. 

Em casa, me pediam pra falar espanhol, pra contar como eram as tribos na Bolívia, se usavam roupas, se as mulheres eram bonitas e todas comuns curiosidades das pessoas. Falei, falei, falei. Passei pouco tempo em Sampa e fui, assim que passou o réveillon, passar um tempo com mi madre na Bahia. Foi bom pra matar a saudade e descansar.

Mantinha contato com Sa**, uma moça que havia conhecido pela internet e que me ajudaria arrumar uma casa e, como surgiu um apartamento, ela me convidou para morar lá também; ela, inclusive, me orientou a trocar de universidade, pois me formaria mais rápido e este apartamento ficava ao lado desta "nova" universidade. Estava planejando realmente fazer isso.

As férias estavam acabando, então voltei da Bahia para Sampa de onde viajaria para Santa Cruz e, viajaria comigo, aquela que faria parte de minha vida dali por diante: A MT. Já me contatava com ela mesmo antes de voltar ao Brasil, de férias. Ela queria saber como era fazer medicina na Bolívia; coisas como gastos mensais, documentações, qualidade de ensino e coisas do tipo e, ainda nas férias, conheci-a pessoalmente e tivemos, depois, um belo almoço em sua casa quando conheci seus pais e lhes tranquilizei acerca da decisão que sua filha tomara. 


A volta.

No caminho do aeroporto, enquanto minha irmã, a Aeli, me levava em seu carro, na entrada do viaduto Aricanduva (que passa sobre a Radial Leste e metro, para quem não é de sampa, é um lugar perigoso do ponto de vista do trânsito e de segurança pública), a roda do carro caiu. Sim, a roda dianteira caiu com carro em movimento! Eu, realmente, tenho muito azar na hora de viajar, sempre acontece alguma coisa; incrível! Peguei um taxi que passava por ali e cheguei a tempo, mas não tinha dinheiro para pagar o taxista, porém, a MT, qua já estava no aeroporto, me emprestou - uufaaa. Estava atrasado para o check in, teria que, provavelmente, pagar excesso de bagagem, não tinha nenhum caixa eletrônico do Banco do Brasil funcionando e a MT me viu rodando feito barata tonta no aeroporto e novamente me emprestou dinheiro; foi alí que conheci seu, naquele tempo, atual namorado. Finalmente embarcamos e chegamos já de madrugada en Bolis e, como já conhecia quase tudo, peguei um taxi e, com o portunhol melhorado, chegamos ao "novo apartamento" onde a Sa** nos esperava. O AP era mesmo lindo!!! Enorme, com ar condicionado, cores claras, quartos confortáveis e belas janelas fumê. Coisa de primeira; fiquei impressionado. A MT passaria um tempo conosco enquanto os outros moradores, total de quatro, não haviam chegado.

Não demorou muito, ela conseguiu um AP um andar abaixo do nosso (mas a coitada sofreu para conseguir, isso mereceria um post a parte). Comemoramos o meu aniversário, o dela e este início (o primeiro mês) foi bastante divertido. Fui conhecendo a MT melhor e acabou que fomos a uma balada juntos, (Voodoo, o nome da balada, rs) e lá demos um beijos... foi bem legal, mas tinha um problema: o namorado. Ela tentou terminar com ele varias vezes, mas ele não aceitava e, como ela teria de viajar ao Brasil para operar daquilo que posteriormente descobriram ser um cisto branquial - no pescoço (pensávamos ser linfoma), foi quando ela deu um fim na relação e voltou para meus braços.

A minha estada no AP não foi muito boa, tive alguns problemas financeiros (seríssimos) e, problemas de diferenças com a galera (eramos quatro, ao todo, e todos tinham menos de 22 anos) que eram até gente boa, mas eu estava pronto para outro ambiente, estava noutro ritmo. No próximo post, falo como foi minha estada no apartamento, período que durou apenas um semestre.



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