segunda-feira, 28 de julho de 2014

Erros que estudantes de medicina na Bolívia costumam cometer


Os tópicos a seguir não se aplicam a todos os alunos. Obviamente tem muitos alunos brilhantes e eu conheço muitos deles, porém, a quantidade de gente alienada é muito grande. E é claro que esses problemas não são exclusivos de alunos da Bolívia, mas estou tratando neste texto do ensino deste país e dos brasileiros que nele estudam, portanto, estou me referindo somente a Bolis e alunos brasileiros.

     1)   Procrastinação.
Deixar para amanhã o que pode fazer hoje. Vejo alunos adiando suas tarefas, trabalhos, monografias, horas obrigatórias e muitas outras coisas que poderiam adiantar e depois estarem livres para estudarem com tranquilidade para as provas que, em muitos casos, só são estudadas na última noite antes da avaliação. Outra forma de procrastinar é crer que cedo ou tarde conseguira aprender determinados assuntos. Imaginam que poderão aprender farmacologia ou semiologia, por exemplo, quando estiverem atendendo os pacientes de verdade, que aprenderão “na prática” do internato e que os estudos teóricos não têm importância.

     2)   Cola
Claro que isso é universal; em todos os cantos alunos colam, mas tenho a ligeira impressão que na Bolívia a cola é exagerada. O problema é que não dá para colar ao atender os pacientes.

     3)   Se prender demais ao que o professor fala
Está certo que o professor é sempre o mestre. O dominador do conhecimento. Porém, nem sempre os professores estão certos e muitos, despreparados, falam muitas besteiras. Sem contar que o que é dado em aula é apenas uma pequena fração daquilo que devemos aprender. É preciso ter a mente aberta, procurar outras bibliografias e ficar duvidando sempre de “certas informações” que são dadas.

     4)   Não ler
É preciso ler todos os dias, a todo momento. Médico de verdade precisa sempre estar atualizado. São poucos os alunos que realmente buscam se atualizar. Atentar-se a artigos científicos, tratados e novas referências é o básico para quem quer ser médico. Pouco envolvimento com a medicina

      5)   Pouco envolvimento com a medicina
Muitos estão estudando na Bolívia porque seus pais obrigaram ou porque acham que serão médicos por estarem com um diploma na mão. Raramente você encontra alguém realmente envolvido com a medicina; é um “achado” encontrar um ser que goste de falar de pacientes, de condutas, de casos clínicos e etc. Os assuntos são sempre as baladas, as bebedeiras e dinheiro.

      6)   Crer que ser médico é fácil.
Muitos creem que vão viver no interior ganhando rios de dinheiro sem fazer nada. Que estudar é bobagem e que médico é somente sinônimo de status e vida fácil.

      7)   Falcatrua
Muitos, mas muitos mesmo, acreditam que não precisarão revalidar o diploma quando chegar ao Brasil. Depositam suas esperanças em advogados, juízes, liminares, compra de CRM, plantões ilegais e etc. Ai chegam no Brasil e ficam choramingando porque não conseguem passar no Revalida dizendo que a prova é complicada. E nem é.

     8)   Falta de foco
E para mim o foco é o Revalida. Eu, pessoalmente, sou obcecado por essa prova. São seis anos de estudo para passar numa única prova. A aprovação é uma obrigação. Até rimou.


Há muitas outras questões e situações tornando este texto, de certa forma, simplista, mas é mais ou menos o que acontece en Bolis.



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