Os
tópicos a seguir não se aplicam a todos os alunos. Obviamente tem muitos alunos
brilhantes e eu conheço muitos deles, porém, a quantidade de gente alienada é
muito grande. E é claro que esses problemas não são exclusivos de alunos da
Bolívia, mas estou tratando neste texto do ensino deste país e dos brasileiros que nele estudam, portanto, estou
me referindo somente a Bolis e alunos brasileiros.
1)
Procrastinação.
Deixar
para amanhã o que pode fazer hoje. Vejo alunos adiando suas tarefas, trabalhos,
monografias, horas obrigatórias e muitas outras coisas que poderiam adiantar e
depois estarem livres para estudarem com tranquilidade para as provas que, em
muitos casos, só são estudadas na última noite antes da avaliação. Outra forma de
procrastinar é crer que cedo ou tarde conseguira aprender determinados
assuntos. Imaginam que poderão aprender farmacologia ou semiologia, por exemplo, quando
estiverem atendendo os pacientes de verdade, que aprenderão “na prática” do
internato e que os estudos teóricos não têm importância.
2)
Cola
Claro
que isso é universal; em todos os cantos alunos colam, mas tenho a ligeira
impressão que na Bolívia a cola é exagerada. O problema é que não dá para colar
ao atender os pacientes.
3)
Se prender demais ao que o professor fala
Está
certo que o professor é sempre o mestre. O dominador do conhecimento. Porém,
nem sempre os professores estão certos e muitos, despreparados, falam muitas
besteiras. Sem contar que o que é dado em aula é apenas uma pequena fração
daquilo que devemos aprender. É preciso ter a mente aberta, procurar outras
bibliografias e ficar duvidando sempre de “certas informações” que são dadas.
4)
Não ler
É
preciso ler todos os dias, a todo momento. Médico de verdade precisa sempre
estar atualizado. São poucos os alunos que realmente buscam se atualizar.
Atentar-se a artigos científicos, tratados e novas referências é o básico para
quem quer ser médico. Pouco envolvimento com a medicina
5)
Pouco envolvimento com a medicina
Muitos
estão estudando na Bolívia porque seus pais obrigaram ou porque acham que serão
médicos por estarem com um diploma na mão. Raramente você encontra alguém
realmente envolvido com a medicina; é um “achado” encontrar um ser que goste de
falar de pacientes, de condutas, de casos clínicos e etc. Os assuntos são
sempre as baladas, as bebedeiras e dinheiro.
6)
Crer que ser médico é fácil.
Muitos
creem que vão viver no interior ganhando rios de dinheiro sem fazer nada. Que
estudar é bobagem e que médico é somente sinônimo de status e vida fácil.
7)
Falcatrua
Muitos,
mas muitos mesmo, acreditam que não precisarão revalidar o diploma quando
chegar ao Brasil. Depositam suas esperanças em advogados, juízes, liminares,
compra de CRM, plantões ilegais e etc. Ai chegam no Brasil e ficam
choramingando porque não conseguem passar no Revalida dizendo que a prova é
complicada. E nem é.
8)
Falta de foco
E
para mim o foco é o Revalida. Eu, pessoalmente, sou obcecado por essa prova.
São seis anos de estudo para passar numa única prova. A aprovação é uma
obrigação. Até rimou.
Há muitas outras questões e situações tornando este texto, de certa forma, simplista, mas é mais ou menos o que acontece en Bolis.
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